Gerar uma vida é trazer esperança de um mundo melhor, mais justo. Lamentavelmente, este momento ímpar na vida de uma mulher, muitas vezes se torna um pesadelo. Sim, falo do parto.
Há muito tempo tento alertar a população sobre a violência obstétrica. Fico feliz que meu clamor tenha ganhado cada vez mais força nos meios de comunicação. A violência no parto não é um problema recente, é um grande problema silencioso. Gestantes não sabem quais seus reais direitos antes, durante e após o parto.
De acordo com a pesquisa Mulheres Brasileiras nos espaços Públicos e Privado, "Uma em cada quatro mulheres que deram a luz relatam algum tipo de agressão no parto". A violência obstétrica se manifesta no impedimento de ter uma acompanhante no parto, na falta de liberdade para escolher onde e como ter seu bebê, na privação de água e alimentação, na falta de um carinho no momento da dor, no protagonismo que não lhes é permitido. Violência que gira em torno de agressões verbais, morais, psicológicas e físicas. Algumas vezes, trazendo à estas mulheres, marcas que nem o tempo poderá apagar.
Humanizar o parto é proporcionar a mulher um conjunto de condutas e procedimentos que promovem o parto e o nascimento saudáveis, assim respeitando o processo natural e evitando condutas desnecessárias ou riscos para a mãe e bebê.
O momento do parto é uma etapa significativa para a parturiente, recém-nascido e familiares, processo que depende de horas e provoca diversas mudanças fisiológicas e psicológicas.
Durante o trabalho de parto, a gestante se sente muitas vezes insegura e solitária por não ter ninguém de confiança ao seu lado. Por isso, a importância em permitir a entrada de alguém de confiança durante o processo. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como dever profissional respeitar a vontade da mulher em ter um acompanhante de sua escolha durante todo o trabalho de parto.
Acolhimento e respeito são as condutas que devem ser adotadas para que toda a mulher tenha um parto humanizado.
É necessário que sejam discutidas políticas públicas no que diz respeito a violência obstétrica. Enquanto legisladora e representante da mulher na Câmara Municipal, trouxe o tema para discussão em diversas oportunidades, apresentei proposições relacionadas a saúde e violência contra a mulher, seja de qualquer tipo for. Continuarei discutindo o tema e lutando para que toda mulher, independente de classe social, tenha um parto com respeito e dignidade.
Direitos das mulheres para um parto humanizado (Organização Mundial da Saúde):
*Respeitar a vontade da mulher em ter acompanhante de sua escolha durante o trabalho de parto e parto;
*Monitorar o bem estar físico e emocional durante todo o processo de atendimento;
*Responder as informações e explicações solicitadas;
*Permitir a mulher que ela caminhe durante o período de dilatação e adote a posição que desejar no momento do nascimento;
*Orientar e oferecer métodos de alívio da dor durante o trabalho de parto, como: massagens, banho morno, e outras técnicas de relaxamento;
*Permitir o contato de pele entre mãe e bebê e o início do aleitamento, imediatamente após o nascimento;
*Ser informada pelos profissionais sobre os procedimentos que serão realizados com ela e o bebê;
*Em relação específica aos serviços: possuir normas de procedimentos e monitorar a evolução do parto pelo partograma, oferecer alojamento conjunto e estimular o aleitamento materno.
*conhecer a identidade do profissional;
*Ser chamada pelo nome.
Data de Publicação: segunda-feira, 23 de junho de 2014
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